quinta-feira, 24 de março de 2016

Uma fonte de esperança (relato de parto de um pai)

O Flore Ser Parto e Crias incentiva, apoia e valoriza o envolvimento dos homens (principalmente os pais) no processo do gestar e parir. Em todos os nossos grupos criamos momentos e formas de acolher e dar voz também para os homens que estão vivenciando sua transformação em pais. 
Uma das coisas mais emocionantes de um parto é ver homens sustentando física e emocionalmente suas mulheres, para que essas possam atravessar seus partos. E temos conversado bastante sobre a necessidade de mais espaços e ações que abram esse espaço de escuta e apoio para os homens "grávidos". 
Fernando participou de dois grupos do FloreSer, junto com sua esposa Fernanda, enquanto esperavam a Liz. E após a chegada da Liz, Fernando nos presentou com esse belíssimo relato de parto. O relato de um homem, sobre como se sentiu no parto de sua filha. 
Gratidão imensa por nos possibilitar compreender um pouco mais a sensação masculina do parir...



Uma fonte de esperança!!
  (por Fernando, um recém pai parido)


E você acorda.

E o tampão saiu.

E as contrações começaram.

E a bolsa estourou.

E você ali, assistindo …

O trabalho de parto acontece num lugar que os homens não entram. Não compreendem, nem ao menos conseguem vislumbrar. Você olha para a sua companheira e ela está noutro lugar, em um santuário que só as mulheres entram, ou melhor, só as parturientes podem entrar.

E você ali, assistindo…

Vem uma contração, vem um grito, um gemido, um olhar, um apertão no seu braço, uma boa sugestão “Vamos amarrar a barriga!” … e a contração vai embora, seu braço foi solto e a barriga tá amarrada.

E você alí, assistindo…

Vamos para o hospital!

Você coloca uma calça, pegue a carteira, celular, as chaves do carro, as malas, as coisas do neném, a bolsa da companheira, segue o plano … enquanto isso, lá no santuário das parturientes, está acontecendo alguma coisa que nós, homens, não compreendemos.

Chega no hospital, assina papel, conversa com o financeiro, preenche papel, assina mais papel, narra endereço, mostra carteirinha do convênio, assina mais papel, confere papel, assina contrato, assina termo de responsabilidade … enquanto isso, lá no santuário das parturientes está acontecendo alguma coisa que nós, homens, não compreendemos.

“Já tá com 5, 6, 8, 10 centímetros de dilatação. Vamos para o centro cirúrgico!” e você, ou ainda está assinando papel, ou está ali, assistindo …

Aí começa … a natureza masculina de cuidar, proteger, as vezes acalentar, ser decido, racionalizar, ser pragmático e blá, blá, blá, não faz sentido porque as mulheres estão lá no santuário onde somente as parturientes entram, lembra?!

Aí começa … o medo, a agonia, a ansiedade e a dor causadas pela certeza de que você não entrou no templo das parturientes.




NESSE MOMENTO! Nesse exato momento nasce o PAI. Que mergulhado no sentimento de impotência, sozinho do lado de fora do templo é tomado por uma força visceral e se transforma em uma fonte infindável de ESPERANÇA.
Isso! Você simplesmente acredita que de alguma forma, imcompreensível, tudo dará certo.

 E você continua ali, assistindo!

Mas agora de outra forma … você tem esperança.

Uma segurança e uma certeza de que tudo dará certo.

A esperança de que sua companheira encontrará uma forma de parir, a esperança de que a doula encontrará uma maneira de auxiliar sua companheira, a esperança de que a médica tomará a decisão certa, a esperança de que tudo dará certo.

E no meio de todo o movimento acontecendo dentro do templo das parturientes sua companheira olha pela janela, te procura, te vê, se enche de esperança e reconhece o pai no homem que ela escolheu.

E assim, de agora em diante, o homem se transforma nessa fonte de esperança que a mãe (nome dado às mulher que saem do templo das parturientes) busca sempre que lhe for necessário ao longo dessa caminhada, agora a três, quatro, cinco … quantos vocês quiserem ter na sua família.







Aproveitamos para convidar mais homens grávidos para o próximo Grupo de Preparação para o Parto do Flore Ser que acontecerá em abril. Vamos?


terça-feira, 22 de março de 2016

A dor da espera (relato de parto da Mônika)

Dessa vez, quem nos presenteou com seu intenso relato de parto foi a Mônika.
A Mônika e seu marido Daniel, participaram do Grupo de Preparação para o Parto do Flore Ser no comecinho da gestação, o que contribuiu bastante para suas escolhas relacionadas ao parto, com bastante tempo para se prepararem e escolherem seu caminho. 
Bem no finalzinho da gestação, eles também participaram do Grupo de Preparação para o Pós-Parto. Quem sabe logo mais ela consiga escrever outro relato, sobre seu pós-parto também, hein?!
Segue abaixo, sua linda história.



A dor da espera.
Março de 2016.

A ansiedade foi tomando conta quando as pessoas começaram a perguntar demais, “cadê o Lucca?”, “e aí, nasceu?”, “como assim ainda não nasceu?”, “vc vai esperar?”, “estou muito preocupada com vc”, “e aí, algum sinal?”, “pelo amor de Deus me conta, vc tá em trabalho de parto?”. Já estava na semana 40 e não, o Lucca não tinha nascido e eu não estava em trabalho de parto. Apesar de saber que estava tudo bem comigo e o bebê, o medo e a insegurança começaram a surgir, enquanto a pressão externa só aumentava.
Era terça-feira quando tive consulta, minha médica estava acompanhando um parto naquele momento e mesmo assim foi me atender, graças a Deus! Eu quase em estado de desespero já fui logo perguntando o que aconteceria se eu não entrasse em trabalho de parto, ela dizia as possibilidades enquanto eu me preparava para o exame de toque. “fique tranquila Mônika, temos até 42 semanas para fazer qualquer tipo de tentativa. Se o Lucca ainda não veio, é porque vocês precisam desse tempo”.
E de repente “ele já está encaixadinho, o colo do útero está fininho e vc tem dilatação de 2 cm. Mônika, você é a próxima!”. Meu coração encheu, transbordou e explodiu de alegria. Não pude conter a emoção, logo gritei pro meu marido que aguardava ao lado “neném, já estou dilatando, não acredito!”. E a médica concluiu “agora vcs só precisam estar conectados, façam uma noite romântica em casa, te libero até uma taça de vinho. Lucca está a caminho!”.
Fomos embora eufóricos, muito felizes e esperançosos. Passamos pra tomar café numa padaria que tem um bolo de cenoura que a gente adora. As mensagens e ligações ansiosas pela chegada do Lucca não paravam, mas agora eu estava mais tranquila e ainda conseguia dar satisfação pras pessoas. Chegando em casa logo avisei a doula, e ela sempre muito sábia “vc ainda não está em TP, vamos aguardar”.
Eu desejava muito aquele parto, comecei a fazer caminhadas, exercitar na bola de pilates e fazer agachamento toda vez que sentia uma contração, as contrações de treinamento aumentaram e o tampão estava saindo aos poucos “está chegando!” Passou quarta, quinta, sexta. Eu ficava pesquisando na internet grávidas de 41 semanas mas não achava, os bebês das minhas amigas nasciam e até o aplicativo de gravidez do meu celular encerrou, pois terminava na semana 40. Tudo acontecia, e eu estava do mesmo jeito.
Precisei de muitas conversas com a doula, que o tempo todo me mostrava o quanto aquela espera era importante “mergulhe, vá até o fundo do poço, esse tempo está fazendo vc se tornar mãe”. E eu mergulhei, me revirei em cada sentimento antigo que ainda me fazia mal, em cada momento de solidão profunda.
Chegou mais um fim de semana. Era sábado e a ansiedade já tinha voltado. “será que o bebê desencaixou?”, “será que parei de dilatar?”, “o que tá acontecendo com meu corpo?”. Agora já eram 6 mensagens por dia à espera de Lucca e aquilo se tornara insuportável. À noite conversei muito com a minha cunhada, refleti como nunca e decidi enfim, me desligar das redes sociais e sair do whats up, conselho que meu marido me deu há muitos dias atrás. Que alívio! Um enorme alívio. Antes de dormir, a ficha caiu “não sou eu que estou esperando o Lucca, é ele que está me esperando”. Aquilo me veio como um clarão no céu, a porta se abriu. Chamei meu marido “neném, o Lucca está pronto, agora só falta a gente”. Ele arregalou os olhos. Fui dormir em estado de felicidade, sem contato externo. Coloquei minha playlist que havia preparado para o parto e deitei pra dormir. Agora era eu e o Lucca e nada mais podia me tirar daquele centro. Relaxei.
Domingo, 13 de março. 40 semanas e 6 dias. Passei o dia tranquila, sem interferências e sem esperança de data para o Lucca, mas sabia que a hora ia chegar. À noite compramos o vinho e nem precisamos de luz de velas, tudo fluiu e estávamos em mais sintonia do que nunca. Percebi que estava com contrações, e atrevi a marcar, elas vinham de 10 em 10 minutos, com uma dor leve no pé da barriga. Comentei com o marido, mas não demos muita importância com medo de nos frustramos de novo. Dormi. Às 4h da manhã acordei com uma cólica forte, fui no banheiro e escorreu líquido pelas pernas “neném, acho que a bolsa estourou um pouquinho”. As contrações começaram a vir uma atrás da outra. “Será que chegou a hora?”. Cada vez que vinha, o marido marcava o tempo “começou”, “mais uma”. Enquanto isso fui me preparar, quem sabe ia dar certo.. Me depilei, tirei a sobrancelha, escovei a franja, coloquei a roupa que havia separado para o TP. “estão de 2 em 2 minutos”.  “Então avisa a doula”. 


De repente a roupa começou a incomodar e ia me concentrando cada vez mais, “avisa a médica, tá doendo muito”. 5h30 a doula chegou. Começou a vontade de fazer força, fui ao banheiro “saiu um borrão de sangue, acho que é o tampão”. Ouvi a doula dizer “liga agora pra médica agora, ela está tendo contrações com puxo”. 6h10 a médica chegou, só lembro de ver ela na minha frente fazendo o exame, perguntei “como está?”, “dilatação total, precisamos ir para o hospital agora”. Percebi uma pequena correria “está nascendo”. A doula me vestiu a roupa e entramos no carro “segura um pouquinho até chegar lá”. Mas a vontade de fazer força só crescia. Eu não acreditava que estava vivendo aquilo, era muita alegria “obrigada Meu Deus, obrigada!!”. O trajeto virou aventura, e no hospital parecíamos crianças brincando de carrinho de corrida, queria rir mas não consegui. Chegamos na sala de parto “fique como quiser”, a partir daí eu não sentia mais dor, só vontade de fazer força. Estavam todos ao meu redor: marido, doula, médica, pediatra e auxiliar. Momento calmo, energia forte, confiança. Lembrei do meu pai “certeza que ele rezou muito por mim, estou sendo abençoada”. “Força Mônika, o Lucca está aí”, “vai neném, tá quase”. Pedi meu celular e eu mesma coloquei na playlist.

“pra vc guardei o amor                          

que sempre quis mostrar
o amor que vive em mim vem visitar
sorrir, vem colorir solar
vem esquentar
e permitir”

7h30, ele chegou ao som de Nando Reis, música que eu ouvia e chorava durante as caminhadas. 41 semanas, 3,225 kg, 49 cm.
Rápido, sem nenhuma intervenção, natural como eu queria, muito melhor do que eu planejei.
Foi surreal, divino, inexplicável, maravilhoso. “obrigada meu amor, obrigada por me esperar”.

Não tenho palavras para agradecer esse momento. Meu trabalho de parto começou na semana 40, sem dúvidas.
Toda a espera, os questionamentos, a reflexão e a entrega foram essenciais pra dar certo.

Daniel, tudo começou com você, com o seu incentivo e apoio do início ao fim, sua participação em cada curso, em cada consulta, nós parimos juntos e nos tornamos pais juntos.
Alessandra, sem você eu não conseguiria. As informações abriam minha cabeça e todo o seu apoio acalentaram meu coração, mas cada conversa intensa e reveladora que tivemos me fez chegar mais perto de ser mãe.
Silvia, não sei como agradecer você. A chave de tudo, a confiança, a serenidade. Você foi a peça fundamental para eu me tornar uma nova Mônika, agora muito melhor.
Pai, mãe, irmão e cunhada, o respeito de vcs em todo o meu processo, o apoio, a torcida, as orações, cada dia de espera, cada dia de paciência, me fizeram ter ainda mais certeza do amor da nossa família, sempre tão forte e tão unida. Muito obrigada, amo vocês.
Finalizo agradecendo a Deus, o maior de todos, que esteve presente em cada pensamento meu, em cada momento de fé e confiança inabalável que eu conquistei.




E nosso próximo grupo de Preparação para o Parto já tem data marcada, será dias 11 e 13 de abril. Vamos???


segunda-feira, 21 de março de 2016

Relato de parto da Olívia! ( por Cristina Leles)

A Cristina e o Rafael participaram de um dos grupos de Preparação para o Parto do Flore Ser enquanto se preparavam para a chegada de sua filha Olívia. 
Olívia chegou no dia 02 de dezembro de 2015 e é com muito amor e emoção que compartilhamos o relato de parto que a Cristina generosamente compartilhou com a gente.


Relato de parto da Olívia! (Cristina Leles)


Já tem um tempo que tenho ensaiado escrever meu relato de parto mas, como podem imaginar, ando meio sem tempo rsrs. O difícil mesmo, é colocar em palavras algo tão intenso e indescritível como parir. 
Mas vamos lá… não vou começar do começo, de quando decidi que teria um parto natural, de como escolhi a equipe que me acompanhou, da necessidade de lutar contra o sistema pelo direito de parir naturalmente, etc… vou às vias de fato, depois escrevo a primeira parte. 
Bom, pra começar, conto que meu trabalho de parto durou dois dias, do dia 31 de novembro ao dia 2 de dezembro. Comecei a me sentir diferente na segunda pela manhã, alguns incômodos e umas dorzinhas que pareciam dor de barriga. Como tinha consulta a tarde, resolvi esperar sem falar nada pra ninguém (eu planejava não contar nada até o final hahaha sabe de nada inocente). Fui ao banheiro e percebi que o tampão mucoso tinha começado a sair, mas nada demais. À tarde fui levar a Luísa pra escola, fazer matrícula, etc… e encontrei uma conhecida que se espantou ao me ver e perguntou: ainda não ganhou??? Eu, sem pensar na reposta, disse: não mas já estou com algumas contrações… ela ficou com uma cara assustada e eu continuei meu dia. Depois chamei um amigo taxista pra me levar pra consulta pois estava com muito calor e preguiça de dirigir. No meio do caminho, mais uma fisgadinha. Ele me perguntou se estava tudo bem e eu, de novo, com toda naturalidade disse que sim que só estava tendo umas contrações… ele ficou apavorado e começou a acelerar o carro dizendo “pelo amor de Deus, não vai ter esse bebê agora”. Daí eu disse que não, que ainda ia demorar pra nascer (olha o tal do instinto aí rsrs). 
Bem, na consulta, eu e Paula conversamos e ela perguntou se eu queria fazer o toque. Eu quis e constatamos que eu estava com 2 centímetros de dilatação, mas não tinha contrações regulares. Ela me lembrou que eu poderia ficar assim durante um bom tempo, até uma semana… enfim… até essa hora eu ainda não tinha criado muita expectativa. Voltei pra casa e no final do dia, Luísa me pediu pra estudar pra prova do curso de inglês com ela. Estávamos estudando e comecei a sentir um pouco mais de dor em cada cólica (era muito parecido com cólica nesse momento). Rafael fazendo janta e eu e Luísa estudando, eu parava de ler quando sentia uma dorzinha mas continuava depois. Até que senti uma beeemmm forte… muito mesmo… saí correndo pro chuveiro e a coisa não passava. Gritei pro Rafael ligar pra Alessandra, minha doula-amiga-anja. Falei que queria que ela fosse lá, na verdade, esse foi o primeiro momento que senti medo. 
Depois de algum tempo, ela chegou e eu já estava beemm mais tranqüila, não tinha sentido a dor forte mais e pensei que era “alarme falso”… perguntei se ela achava que devia ligar pra Paula, ela disse que sim. Daí pensei que seria exagero mas liguei mesmo assim e liguei pra minha mãe também pois ela mora noutra cidade e ficaria com a Luísa. Depois de umas duas horas, chega minha mãe, meu pai e logo depois a médica assistente Renatinha pois a Paula estava descansando de outro parto que ela tinha acompanhado. Bem já era quase meia noite e eu sentia algumas dores mas ainda estava “controlada”. 
Passei a noite sentada no sofá, cochilando entre uma contração e outra. Rafael tentando dormir no colchão ao lado. Às 06:00hs na manhã de terça, chega a Paula com toda a calma que Deus deu pra ela, fizemos outro toque… 3 centímetros de dilatação, nessa hora, meu mundo caiu, como assim?? Um dia e uma noite inteiros de contrações e somente 1 mísero centímetro de dilatação?? Paula me disse que o trabalho de parto não tinha engatado ainda e que poderia durar horas ou dias. Eu me sentindo muito cansada, com muito sono e só queria dormir. Foi aí que as contrações simplesmente desapareceram. Eu já não sentia mais nada. Em meio a lágrimas e pensamentos do tipo “não vou conseguir”, adormeci durante umas 3 horas. Quando acordei, ainda sentia umas contrações bem leves e muito distantes uma da outra. Só conseguia pensar: meu trabalho de parto não engatou, não vou conseguir, vou pedir uma cesarea pra amanhã e sentia uma tristeza muito grande por isso. Assim fiquei até a tarde quando a Alessandra chegou com todos seus apetrechos e mandingas. Conversamos muito, falei dos meus medos, da dificuldade que era deixar aquela vida que eu já estava tão acostumada e me entregar pro novo. Ali na sala da minha casa, fizemos um sessão de terapia, Reike e alguns exercícios. Depois a Alessandra me fez movimentar, fomos caminhar na praça perto de casa, subimos e descemos as escadas do prédio e depois fomos dançar no PlayStation com a ajuda da Luísa. Até esse momento as contrações ainda estavam leves e irregulares. 
Alê foi embora. Rafael chegou do trabalho e as contrações começaram a aumentar de intensidade e frequência. Aqui vale um adendo, eu simplesmente não consegui em nenhum momento monitorar as contrações, eu tentava marcar, pedia pro Rafael e pra Luísa marcarem, mas não tinha ritmo, não era como eu tinha estudado. Enfim… por volta das 19:00 horas elas começaram a me desconcertar, eu já não conseguia me controlar, me concentrar em nada e só pensava “meu Deus como que posso me entregar pra uma dor dessas”. A dor é muito diferente de tudo que já senti, ela te cega, vocês passa a ficar sem raciocínio lógico, eu tentava manter o controle da situação o tempo todo mas simplesmente não conseguia. 
Daqui pra frente, eu não lembro muita coisa, sem perceber me entreguei pra aquele momento. Então, sem lógica e coerência vou tentar relatar o que pensava e sentia: estou sendo esmagada de dentro pra fora… quero que acabe logo pra poder dormir… quero vomitar, putz vomitei na Alessandra … Quero dormir… não acho lugar, o chuveiro não adianta, a bola de Pilates não adianta, um abraço adianta, estou sem ar, quero água, que calor… assim fico até que a Paula (nessa hora já estava todo mundo na minha casa) me pede pra fazer outro toque, eu aceito mas penso: ihhh não engatou, vamos marcar a cesárea. Ela faz e diz: você está com 7 centímetros, a Olívia está chegando, vamos embora??? Sinto um misto de felicidade e pânico… Muito pânico… quero chorar… vejo todo mundo se movimentando, quero ajudar e fico paralisada. Daí a Paula me fala:chegou a hora, quero que vc não pense em mais nada, vamos tomar conta de tudo. Vou até o quarto da Olívia onde a Luísa estava dormindo, me despeço, terceiro momento de medo. 
Daí vamos pro hospital, eu ajoelhada no banco de trás do carro com a Paula do meu lado. Nesse momento acho que entrei na Partolandia, não me lembro como chegamos ao hospital e quase nada depois disso. Só sei que vi a cama no quarto do hospital e pensei: quero dormir. Além da dor (aqui já tinha me entregado pra ela) eu sentia um cansaço descomunal, então eu só queria que acabasse logo pra eu dormir (huahaujuauaua sabe de nada inocente parte II) e muita sede e calor. Daí me lembro das meninas Paula, Renatinha e Alê me pedindo pra agachar Kkkkkkkkkkkk nessas alturas do campeonato elas me pediam agachamento. Eu mal conseguia ficar de pé. Daí a Renata me segurou pelas costas e pediu pra que eu soltasse o corpo. Nem se eu quisesse conseguiria resistir. Aí veio aquela vontade de fazer força e fiz muita, achei que tinha feito um cocô enorme no chão do quarto. Paula me diz: ela está chegando e está dentro da bolsa.. Depois só vi ela sair correndo… vem cadeira de rodas… me levam pro centro cirúrgico (é norma do hospital, o bebê ter que nascer no centro cirúrgico, absurdo né??) enfim… no meio do caminho.. quero fazer força de novo… e faço… Paula vem me buscar correndo… quero fazer outra força.. espera… agora não… chego no centro cirúrgico.. Quero perguntar cadê o pediatra… não consigo falar… outra força… Deve ter rasgado tudo (penso) … Paula??? Ela está chegando… Meus Deus… sai Olívia, com bolsa, placenta e tudo.. 
Ela é rosa!!! Me olha de dentro pra fora… o mundo pára… nada mais existe… Não acredito, ela está aqui. Linda, meu bebê cor de rosa nasceu às 03:17 da madrugada, empelicada, meconizada e com uma circular de cordão (esses nomes é pra quem está estudando o assunto). Não tive nenhuma intervenção!! O pediatra chega e não acredita que ela já tinha nascido. O expulsivo foi muito rápido, deve ter sido pra compensar as horas da fase latente… e eu?? Ainda não dormi aquele sono que eu tanto sonhei no trabalho de parto… mas vale cada minuto!!! Agora… só agradeço a Deus e a cada um que fez ser possível trazer a Olívia da forma como ela queria vir… na sua piscininha particular, recebida pelas mãos da mamãe e do papai.


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Dicas para quem vai parir no SUS

Me pediram algumas dicas para uma mulher que já está no final da gestação, deseja um parto normal e vai ganhar seu bebê no SUS de Uberlândia.... Resolvi compartilhar as dicas pois talvez possa ajudar outras mulheres.


Vamos lá:

1 - Respire!!! Lenta e profundamente

Não é brincadeira.... a primeira dica para quem quer parir é sempre relaxar, sentir seu corpo, confiar e estar conectada com o que acontece... Então respirar faz toda a diferença mesmo antes de entrar em trabalho de parto, pq os bebês não têm data certa para nascer e não existe um prazo de validade... a data provavel de parto que os médicos anotam no cartão da gestante é só uma data de referencia, que é calculada com base nas 40 semanas. Mas os bebês podem nascer antes e depois!!! E isso não quer dizer que está passando da hora não, entender isso é fundamental e daí a necessidade de relaxar para diminuir a ansiedade se "passar da data".

Começaram as contrações???  Toda vez que vier uma contração tente respirar profundamente, puxando o ar pelo nariz até sentir ele chegando "no pé da barriga" e depois vai soltando lentamente o ar... o corpo precisa relaxar para deixar a contração trabalhar e abrir o corpo para a passagem do bebê...
Tem uma visualização que ajuda a lembrar desse tipo de respiração que é: "Cheira a florzinha (inspiração) e sopra a velinha (expiração). Imagine vc cheirando uma flor enquanto inspira e soprando uma vela enquanto expira"...
E lembre-se!!! A contração é algo importante e fundamental para o processo e não tem como fugir dela, então o melhor é aceitá-la e buscar a melhor posição para passar por ela.

2 - Não corra apavorada

Quando as contrações começarem não precisa correr pro Hospital (no caso aqui de Uberlândia, para a UAI). As contrações começam numa intensidade e vão diminuindo seu intervalo seu tempo entre uma e outra aos poucos. Se o intervalo entre uma e outra estiver maior que 10 minutos, nada de correr... elas ainda precisam se ritmar mais... mas se já tiver vindo num intervalo regular menor que 10 minutos daí é a hora de ir para a UAI avaliar e daí a equipe avaliar se já é hora de encaminhar para o Hospital (o protocolo da rede é que a gestante só vá para o Hospital com pelo menos 4 cm de dilatação, pq antes disso ainda é considerado uma fase preparatória do trabalho de parto e se for muito cedo para o Hospital a chance de acabar caminhando para uma cesaria ou receber intervenções desnecessárias aumenta muito)
Agora se antes disso, a bolsa romper, ou tiver sangramento de cor viva, daí a indicação é realmente procurar o atendimento médico independente da intensidade e tempo de contração! Para uma melhor avaliação.

3 - O tempo não é o inimigo

Nascimentos rápidos ou à jatos são bem raros, o normal é demorar um booooooom tempo. Então prepare-se e prepare a família para isso. Nada de ficar colocando caramilholas na cabeça de que os médicos estão esperando mais tempo do que precisa e que o bebê vai entrar em sofrimento por causa disso. Cada mulher precisa de um tempo diferente para se abrir para seu filho e o bebê também... durante o trabalho de parto, o bebê também faz seu processo e também precisa de tempo para achar o seu caminho para sair... e alguns bebês precisam de mais tempo que outros... afinal não é fácil sair do conforto e proteção do útero e começar uma vida aqui fora... os bebês fazem uma verdadeira dança dentro do útero para se despedir desse ambiente que tanto tempo o acolheu. Se você estiver no hospital e os médicos de tempo em tempo estiverem escutando o coraçãozinho do bebê e confirmando que está tudo bem com ele, então paciência... acredite no seu corpo e respeite o tempo do bebê. Se o coraçãozinho do Bebê estiver bem, ele pode ficar o tempo que for necessário aí dentro, sem preocupação...

4 - Movimente-se

Se o bebê dança dentro do ventre, a mulher também deve dançar!!! Movimentar o corpo, caminhar, rebolar, soltar o quadril, agachar, sentar na bola de pilates, tudo isso ajuda e muito o processo... tanto para dilatar mais rápido quanto para aliviar as dores durante as contrações.
Outros recursos que ajudam bastante é a massagem e o balho no chuveiro. A àgua morna no corpo é um dos melhores remédios para a dor! E o Hospital Municipal de Uberlândia oferece todos esses recursos!
A pior posição, a que mais dói e atrapalha o processo é deitada de barriga pra cima, então o jeito é se movimentar... Mas é bom também alternar alguns momentos de descanso e relaxamento, daí tente deitar de lado, ou levantar a cabeceira da cama e ficar mais "sentada".




5 - Beba líquidos

"Saco vazio não para em pé". Se vc não tiver nenhuma contra-indicação do médico, lembre-se de ingerir muito líquido e até se alimentar para ter força e energia. Sim, a mulher pode e deve se alimentar durante o trabalho de parto e a água é fundamental!

6 - Escolha a posição mais confortável para o seu filho nascer

Vc não precisa ficar deitada e nem com as pernas na perneira para o bebê nascer. Aliás, as posições verticais são mais indicadas porque a gravidade ajuda e é menos risco de ter alguma laceração no períneo (músculo da vagina)... e nada de pedir para o médico ajudar dando o "pic"... muito pelo contrário, se o bebê estiver bem, não deixem que os médicos te cortem sem necessidade. Já foi comprovado cientificamente que a episiotomia ("pic") não tem nenhum benefício e é prejudicial para a recuperação materna. Ela só deve ser realizada em casos muito específicos,
No Hospital Municipal o bebê pode nascer no pre-parto se estiver tudo bem, mas mesmo se for no centro cirurgico, você pode escolher a posição.
Existe até uma banqueta de parto que pode ser utilizada nesse momento.





7 - Pegue o seu filho no colo

Assim que ele nascer, pegue o seu filho. Abrace, beije, converse com ele. Não permita que ele seja retirado de perto de você. O pediatra pode avaliá-lo em seu braço e se ele estiver bem, o melhor lugar para ele ficar nesses primeiros momentos é em seu colo... É o seu cheiro, a sua voz, o seu calor que ele reconhece e que vai acalmá-lo... deixe ele ficar próximo do seu peito e veja se ele quer mamar. Amamentar na primeira hora de vida é recomendação do Ministério da Saúde e pode contribuir e muito para o melhor estabelecimento de vínculo entre mãe e filho. Pesar, limpar, dar vacina... tudo pode ser feito com calma, num segundo momento e nada é mais importante do que esse vínculo nessa hora.
É claro que em casos que o bebê não nasce bem, ele pode precisar de alguma intervenção e nesse caso o pediatra vai lhe informar sobre isso. Mas esses são a minoria dos casos e daí sim o bebê talvez precise ser afastado da mãe.


8 - Escolha bem seu ou sua acompanhante!

Toda mulher tem direito a um acompanhante de livre escolha durante todo o pré-parto, parto e pós-parto imediato. Você não precisa nem deve ficar sozinha em nenhum momento. Esse acompanhante é a pessoa que te conhece e pode curtir esse momento único de vida com você. Então ele também precisa estar preparado e acreditar naquilo que você deseja. Se você quer um parto normal e respeitoso, esse acompanhante tem que saber disso e entender um pouquinho de como tudo acontece para ele poder te dar o apoio necessário. Esse acompanhante tem que acreditar na sua capacidade e te dar força para enfrentar o processo, porque se ele tiver muito medo ou ficar com muita dó, ao invés de ajudar, ele pode é te atrapalhar...  Então converse antes e deixe claro o que você deseja para o parto.

No mais, acredite em você, no seu corpo, na sua capacidade de gerar. SEU CORPO É SÁBIO E VOCÊ E SEU BEBÊ MERECEM VIVER ESSE MOMENTO DE FORMA RESPEITOSA E AMOROSA.

AH! Última dica! Se ainda der tempo, visite o Hospital Municipal antes do parto, para conhecer a estrutura e o processo de lá. O Hospital tem um dia de visita organizada justamente para isso. Basta ligar lá e agendar com a equipe. Isso ajuda e muito, para que no dia do parto você não sinta num local totalmente estranho e também para lhe dar mais tranquilidade.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

As mil e uma noites (Rubem Alves)

As mil e uma noites – por Rubem Alves

Estou me entregando ao prazer ocioso de reler As mil e uma noites. O encantamento começa com o título que, nas palavras de Jorge Luis Borges, é um dos mais belos do mundo. Segundo ele, a sua beleza particular se deve ao fato de que a palavra mil é, para nós, quase sinônimo de infinito. “Falar em mil noites é falar em infinitas noites. E dizer mil e uma noites é acrescentar uma além do infinito.”

As mil e uma noites são a estória de um amor – um amor que não acaba nunca. Não existe ali lugar para os versos imortais do Vinícius (tão belos que o próprio Diabo citou em sua polêmica com o Criador) : “Que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure…” Estas são palavras de alguém que já sente o sopro do vento que dentro em pouco apagará a vela: declaração de amor que anuncia uma despedida.

Mas é isto que quem ama não aceita. Mesmo aqueles em quem a chama se apagou sonham em ouvir de alguém, um dia, as palavras que Heine escreveu para uma mulher: ”Eu te amarei eternamente e ainda depois.” É preciso que a chama não se apague nunca, mesmo que a vela vá se consumindo. A arte de amar é a arte de não deixar que a chama se apague. Não se deve deixar a luz dormir. É preciso se apressar em acordá-la (Bachelard). E, coisa curiosa: a mesma chama que o vento impetuoso apaga volta a se acender pela carícia do sopro suave…


As mil e uma noites são uma estória da luta entre o vento impetuoso e o sopro suave. Ela revela o segredo do amor que não se apaga nunca.

Um sultão, descobrindo-se traído pela esposa a quem amava perdidamente, toma uma decisão cruel. Não podia viver sem o amor de uma mulher. Mas também não podia suportar a possibilidade da traição. Resolve, então, que iria se casar com as moças mais belas dos seus domínios, mas depois da primeira noite de amor, mandaria decapitá-las. Assim o amor se renovaria a cada dia em todo o seu vigor de fogo impetuoso, sem nenhum sopro de infidelidade que pudesse apagá-lo. Espalham-se logo, pelo reino, as notícias das coisas terríveis que aconteciam no palácio real: as jovens desapareciam, logo depois da noite nupcial. Sherazade, filha do vizir, procura então o seu pai e lhe anuncia sua espantosa decisão: desejava tomar-se esposa do sultão. O pai, desesperado, lhe revela o triste destino que a aguardava, pois ele mesmo era quem cuidava das execuções. Mas a jovem se mantém irredutível.

A forma como o texto descreve a jovem Sherazade é reveladora. Quase nada diz sobre sua beleza. Faz silêncio total sobre o seu virtuosismo erótico. Mas conta que ela lera livros de toda espécie, que havia memorizado grande quantidade de poemas e narrativas, que decorara os provérbios populares e as sentenças dos filósofos.

E Sherazade se casa com o sultão. Realizados os atos de amor físico que acontecem nas noites de núpcias, quando o fogo do amor carnal já se esgotara no corpo do esposo, quando só restava esperar o raiar do dia para que a jovem fosse sacrificada, ela começa a falar. Conta estórias. Suas palavras penetram os ouvidos vaginais do sultão. Suavemente, como música. O ouvido é feminino, vazio que espera e acolhe, que se permite ser penetrado. A fala é masculina, algo que cresce e penetra nos vazios da alma. Segundo antiqüíssima tradição, foi assim que o deus humano foi concebido: pelo sopro poético do Verbo divino, penetrando os ouvidos encantados e acolhedores de uma Virgem.
O corpo é um lugar maravilhoso de delícias. Mas Sherazade sabia que todo amor construído sobre as delícias do corpo tem vida breve. A chama se apaga tão logo o corpo se tenha esvaziado do seu fogo. O seu triste destino é ser decapitado pela madrugada: não é eterno, posto que é chama. E então, quando as chamas dos corpos já se haviam apagado, Sherazade sopra suavemente. Fala. Erotiza os vazios adormecidos do sultão. Acorda o mundo mágico da fantasia. Cada estória contém uma outra, dentro de si, infinitamente. Não há um orgasmo que ponha fim ao desejo. E ela lhe parece bela, como nenhuma outra. Porque uma pessoa é bela, não pela beleza dela, mas pela beleza nossa que se reflete nela…
 
Conta a estória que o sultão, encantado pelas estórias de Sherazade, foi adiando a execução, por mil e uma noites, eternamente e um dia mais.
 
Não se trata de uma estória de amor, entre outras. É, ao contrário, a estória do nascimento e da vida do amor. O amor vive neste sutil fio de conversação, balançando-se entre a boca e o ouvido. A Sônia Braga, ao final do documentário de celebração dos 60 anos do Tom Jobim, disse que o Tom era o homem que toda mulher gostaria de ter. E explicou: ”Porque ele é masculino e feminino ao mesmo tempo…” o segredo do amor é a androgenia: somos todos, homens e mulheres, masculinos e femininos ao mesmo tempo. É preciso saber ouvir. Acolher. Deixar que o outro entre dentro da gente. Ouvir em silêncio. Sem expulsá-lo por meio de argumentos e contra-razões. Nada mais fatal contra o amor que a resposta rápida. Alfange que decapita. Há pessoas muito velhas cujos ouvidos ainda são virginais: nunca foram penetrados. E é preciso saber falar. Há certas falas que são um estupro. Somente sabem falar os que sabem fazer silêncio e ouvir. E, sobretudo, os que se dedicam à difícil arte de adivinhar: adivinhar os mundos adormecidos que habitam os vazios do outro.
 
As mil e uma noites são a estória de cada um. Em cada um mora um sultão. Em cada um mora uma Sherazade. Aqueles que se dedicam à sutil e deliciosa arte de fazer amor com a boca e o ouvido (estes órgãos sexuais que nunca vi mencionados nos tratados de educação sexual…) podem ter a esperança de que as madrugadas não terminarão com o vento que apaga a vela, mas com o sopro que a faz reacender-se.  
Rubem Alves

domingo, 28 de junho de 2015

PROGRAMAÇÃO DO CURSO PREPARAÇÃO PARTO



 
FLORE SER – PARTO
ROGRAMAÇÃO DO CURSO


PRIMEIRO MÓDULO

1 – Dinâmica de Introdução e Apresentação
·         Apresentação
·         Abertura e Entrega
·         O parto como evento psicoemocional (espiritual e cultural). A importância da abertura, da entrega e da relação mãe/pai/bebê.

2 – Segurança no Parto e Tipos de Parto
·         Evidências Científicas. Porque e quando surgiu? Quem aplica?
·         Comodidade, interesses econômicos, falta de conhecimento
·         Locais de parto: Hospital, Casa de Parto, Casa da gestante
·         Tipos de parto: Normal (convencional, natural), Cesárea
·         Assistência Humanizada
·         Intervenções (necessárias e desnecessárias), vantagens e desvantagens
·         Minimizando os riscos. Quais os riscos?
·         Filme: “A Difamação do Parto”

4 -  Plano de Parto – Equipe, Doula, Pai
·         Qual a expectativa para o parto? Como ele é visto pela mulher, pelo marido, pela sociedade?
·         O mito do parto ideal
·         Decisões Importantes! a equipe médica (ou parteira) – o local de parto – a doula – o registro – os cuidados com o bebê recém-nascido – ... e outros (presença de outras pessoas, detalhes particulares) 
·         O PAI no parto
·         Modelo de Plano de Parto

5 -  Encerramento – Vídeo, Dinâmica, Dúvidas

SEGUNDO MÓDULO

6 – Fases do Trabalho de Parto
·         Fases e Fisiologia do Parto
·         Sensações, sentimentos, necessidades
·         Expulsivo, Parto e Pós-Parto imediato
·         Placenta
·         Estabelecendo a amamentação – qualidade na formação do vínculo
·         Fechamento do Parto

7 – Recursos para o alívio da dor
·         Exercícios do corpo e da mente – Movimento, concentração, respiração
·         Alívio da dor: métodos não farmacológicos
·         O papel da Doula – apoio físico e emocional
·         Vivência: Bola – Banqueta – Banheira – Massagens – Posições – Rebozo – Ambiência e Música

8    – Cuidados na Gestação

·         Alterações psicoemocionais
·         Gestação saudável: Nutrição, Atividade Física
·         Conexão interna e com o parceiro
·         Cuidados com o Períneo
·         Energia sexual na Gestação e no Parto

9    – Encerramento

·         Lidando com o preconceito (DPP e o tabu do parto humanizado)
·         O Flore Ser da Maternidade e da Paternidade
·         Lista para consulta, livros, vídeos, relatos, fotos, leis, evidências científicas
·         Avaliação dos participantes